sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Top 3 de natal




Eu adoro o natal. É o período que a gente consegue perceber a humanidade que existe naquele mendigo que mora perto de nossas casas. É quando perguntamos àquela senhora que limpa o nosso prédio ou sala, se ela tem um netinho que gostaria de ganhar uma roupinha nova para passar o natal. É quando fazemos todo o esforço para confortar os corações revoltados, ou dar esperanças àqueles mais desfavorecidos. Enfim, seguindo o exemplo do aniversariante, nós comemos e bebemos até passar mal, mas com a consciência tranquila de já ter feito a nossa parte no natal.
O bizarro é que muitos dos que se sacrificam pelos outros no natal, chamam as políticas de distribuição de renda, como o bolsa família, de bolsa esmola, assistencialismo, ajuda para vagabundos entre outros. E votam nos partidos que só querem manter toda a injustiça social que vivemos até hoje (DEM, PSDB)... é como se o pobre tivesse que ser eternamente dependente da caridade para que aquele que ajuda possa se sentir menos entediado ou que tenha alguma consciência social.
Pensando nisso, resolvi fazer um especial de natal, com as músicas que tocariam na minha festa de natal.
Na terceira posição, uma música de 1996, dos Raimundos, do álbum Cesta Básica.
Infeliz Natal:
Não no natal, mas todos os dias: "na sua casa tem ceia, na casa dele não tem"...
Em segundo lugar, um clássico do punk nacional, dos Garotos Podres:
Papai Noel Filho da Puta (letra aqui)
Odeio esse velho ridículo. Quero amarrá-lo numa cama, encher de querosene e meter fogo (igual o muleque do facção queria fazer com a mãe). Rejeita os miseráveis. Aqui não existe natal.
Em primeiro lugar, uma música que nem fala diretamente do natal, mas que ilustra tudo o que eu sinto em relação à hipocrisia e consumismo que permeia esta data. O mais legal da canção é a fina ironia. Essa é mais desconhecida, de uma banda paulista que chamava-se Premeditando o Breque.
Balão Trágico (letra aqui)
Tem gente que acha que pobre tem realmente vida boa. O vídeo é retardado, mas ficou bom com a ironia da música, apesar que acho que não era essa a intenção do autor.
Enfim, acho que o papai noel ideal para o meu natal seria esse da imagem lá de cima, meu amigo Igor Vadia Nefer. Preto, feio, pinguço, bizarro e tarado. O retrato do natal capitalista.
(in)Feliz Natal.

2 comentários:

  1. É, eu admiro os adultos que conseguem sair distribuindo "Feliz Natal" por aí, pois acho que depois dos 13, é impossível levar essa data numa boa. Há pouco escrevi no World Wide Suicide sobre um Papai Noel que toma antidepressivos. Nem o "bom velhinho" deve suportar isso.
    Mas essa sua imagem natalina é mesmo um "crássico". Merry Igor Nefer Christmas!

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  2. "O bizarro é que muitos dos que se sacrificam pelos outros no natal, chamam as políticas de distribuição de renda, como o bolsa família, de bolsa esmola, assistencialismo, ajuda para vagabundos entre outros."
    é realmente bizarro!!!
    compartilho o ódeo ao natal. não ao natal em si. mas à baboseira social em torno disso. "é um rito!", dizem uns. rito de consagração de toda nossa miséria, como você já apontou!

    mesmo assim, sigo te amando!

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