segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Somos Neferlands!


Mais uma vez caímos nas semi-finais. Porém, posso dizer que foi uma zebra. Depois de uma primeira fase incrível, com quatro vitórias, duas de virada com dois gols sensacionais de Jô-ão, caímos. Fizemos o melhor jogo do campeonato contra os que se sagraram campeões, os marombas, e vencemos. Perdemos um jogo que estava em nossas mãos contra o Nabucão, de virada.
Talvez os desfalques nos tiraram a chance de disputar o título. Ricardo Jota, não pode ir. O talismã João já partiu para a terrinha, Celso Ibaiano tinha compromisso... porém, sentimos mais falta de um goleiro. Eduardo, que segundo Rafael Leite de Minhaca era o melhor guarda metas do campeonato, em um lance tranquilo, torceu o pé direito e teve uma gravíssima contusão. Vai ser operado amanhã (força du!).
Nosso time é o que mais briga, o que mais comemora, o que mais xinga, o mais intenso da competição. Segundo Eduardo, somos iguais aqueles times da venezuela na libertadores, oriente petrolero, carabobo... somos neferlands.
Para o ano que vem, já garanti a contratação de um grande reforço para o lugar do nosso capitão Wallison. Rafael leite de Minhaca, um experiente jogador. VAleu du, pelas defesas e comentários! Wallison pelo esforço! Celso, por sua presença! João, pelos gols decisivos! Alexis, por ser o cara mais precioso da fafich! Celão pela vontade! July, pelo espírito de equipe! Jota, por ter reforçado o primeiro dia! Guilherme, pela técnica apurada e as bombas de canhota!
Somos Neferlands.

sábado, 21 de agosto de 2010

"Se um dia eu ser professor"...


Essa semana foi bastante importante simbolicamente para mim. Quarta feira, dia 18/8 eu completei meu primeiro ano de sala de aula. Apesar de todos os problemas, na escola acontecem coisas que não há dinheiro que pague (deve ser por isso que ganhamos pouco).
Dia 19/8 é dia do historiador. Não tenho idéia porque foi escolhido justamente este dia, e estou com preguiça de recorrer ao google. Se alguém quiser explicar nos comments, eu agradeço. Fato é que temos um dia, mas não temos uma profissão regulamentada. Preferia que fosse o contrário.
Sexta-feira, última aula da semana, cinco minutos antes da saída, 6a série. Um menino, que assumidamente acaba de tomar um posto de maior prestígio na boca do bairro, me chama no fundo da sala, e vem com a seguinte conversa:
"_Nó fessô, sê professor deve sê foda, né?"
"_Por que S...?"
"_Guentá esses muleque chato, se um dia eu ser professor eles ia ver".
Tocou o sinal, todos foram embora. E eu realmente também não tinha nada a dizer. Senti que S. admira a profissão dos professores, já que na hora que nos chama fala "fessô" mas quando fala da profissão não erra. Realmente não sei o que fazer numa situação dessas. Daqui a três, quatro anos, provavelmente ele estará ou preso ou morto. Sabemos que não é fácil sobreviver no crime, e este blog não é novela da globo pra ficarmos no mundo das ilusões.
Apesar disso, ele considera a possibilidade de mudança. E, ser professor, apesar de não ser seu grande sonho seria uma forma de ter uma profissão legal e reconhecida. O seu sonho é sair da vida do crime. Não é uma questão de escolha, ou uma questão genética. Quando se tem 13 anos seus olhos estão fechados pra realidade. Conheço gente que com 30 anos, curso superior, boa família e grana que ainda não sabe o que quer na vida.
Não há determinismo. Nós, como um todo, somos cruéis com estas crianças. Somos cruéis quando votamos no pfl, quando jogamos um prato de comida no lixo, fumamos um baseado ou quando simplesmente não as ouvimos. Não há como recuperar a sociedade sem parar de contribuir para a manutenção desta realidade. "Enquanto não distribuírmos o pão, não teremos paz", frase perfeita do jornalista Eduardo Costa, da Itatiaia, um dos poucos que paro pra escutar.
E sim, para quem ainda quer saber: ser professor é foda!