Charles Bronson talvez seja o maior matador de bandidos do cinema. Em seus filmes, ele ensina aquela velha lição: "bandido bom é bandido morto". Meliantes frente ao seu potente revólver não têm chances de escaparem com vida, como você pode conferir aqui e aqui.
Stallone, como Cobra talvez tenha vivido o diálogo mais clássico do cinema de ação: “Eu tenho uma bomba, vou explodir isso aqui!! – Vá em frente, eu não faço compra aqui”, “Você é uma doença, eu sou a cura”. Stallone atira. Já era mais um bandido.
Segundo Max Weber, o Estado é o detentor legítimo da violência. As caricaturas de policiais dos filmes que citei agem em nome da lei e da ordem, a qualquer custo.
A violência do Estado, porém ultrapassa, e muito, tudo o que alguém, que não seja um doente considera como legítimo. Qual o direito que o Estado tem de acabar com a vida de um indivíduo?
Muito mais frequente e menos aparente que a violência da polícia está a violência do Estado sobre uma população constantemente oprimida. Quantos morrem por ano em acidentes de trânsito? Assassinados por questões relacionadas ao tráfico de drogas? De fome? Por falta de atendimento médico de qualidade? Por falta de educação (isso também mata.)?
Para Stallone, a cura é possível enchendo-se o peito do bandido de balas de revólver. O Estado vai eliminando o que é indesejável, das formas mais cruéis e desumanas que se pode imaginar: sem educação, sem oportunidades, sem lazer, sem saúde... o Estado reserva apenas as balas para os setores mais pobres da população. E, isso é comemorado como a presença da ordem.
E, se Maquiavel estiver realmente certo, se é a sociedade que legitima o poder de uma entidade superior, cada um de nós, brasileiros, devemos nos sentir um pouco assassinos, um pouco Charles Bronson.
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