sábado, 11 de dezembro de 2010

Misère, sera le genre humain

Quanto mais tempo se passa, mais fica claro que os homo sapiens caminham para a total miséria e vivem na mais completa degenerescência. Miséria que me refiro não é (somente) a falta de recursos materiais para a sobrevivência, mas sim a falta de valores mínimos para que possamos viver em grupo.
Como já disse em um texto anterior, episódios como as agressões a homosexuais ocorridas em São Paulo, ilustram o que eu quero dizer: a sociedade cria seus próprios monstros, se forem pobres, são eliminados, se forem ricos, são praticamente absolvidos de crimes terríveis. Vide o que aconteceu com os playboys que queimaram o índio galdino.
A mãe de um dos agressores dos homosexuais de São Paulo deu uma entrevista dizendo que "isso era uma briga normal entre jovens". Claro, todos os dias alguém dá na cara de uma pessoa, sem motivo algum, com uma lâmpada fluorescente. É tão comum quanto jogar fogo num índio... Quem já fez cerol sabe o tanto que esse vidro é cortante...
Enfim, está chegando o natal. E eu odeio o natal, talvez um dia escreva sobre isso. Porém,  e adiantando o assunto, uma das coisas que eu mais odeio é a hipocrisia que reina no coração das pessoas nesta data, e como, de maneira geral, a população acaba vivendo as ilusões dos especiais de fim de ano da Globo.
A miséria parece um estado permanente, próprio da sociedade ocidental capitalista. E, num país sem educação, e que as leis só valem para a população que nunca teve direito a nada, esta condição parece extrapolar o que se pode considerar como minimamente saudável e atingir o imaginário social, transformando em corriqueiro aquilo de deveria chocar e causar comoção em mentes mais sensatas.
É como diz o Mano Brown, em Diário de um Detento "o ser humano é descartável no Brasil". Ou ainda "minha vida não tem tanto valor, quanto seu celular, seu computador". De fato, o brasileiro comum só tem valor de 2 em 2 anos, quando assume o papel de eleitor.
Por estas e outras que fico cada vez mais pessimista em relação ao destino que teremos.

2 comentários:

  1. Há um quê de intrigante no ser humano. Porque, sou um pouco otimista, acho que ele é capaz de coisas maravilhosas. Na arte, por exemplo, encontra formas tão complexas para exprimir, problematizar, a sua existência. Na ciência, pode gerar conhecimentos, mudar o mundo.
    Porém, o homem também é um animal. E do pior tipo. Porque nem a mais selvagem das bestas ataca um semelhante sem motivo. Os ataques homofóbicos ou racistas são assustadores, pois revelam indivíduos que, não só não gostam de "diferentes", como precisam expressar seu ódio na violência mais gratuita.
    Por isso o enigma do homem. Nos faz sentir otimismo. E também, desprezo por nós mesmos. Miserável, sim, essa condição de "divino demônio".

    ResponderExcluir
  2. é professô! o pior é ver isso e conseguir acreditar em algumas possibilidades de contornar, driblar, ludibriar nossa miséria...
    não sei se tenho conseguido muito... mas... tamoaí!

    ResponderExcluir