Trecho do texto publicado por Eduardo (pedro de) Lara em seu excelente blog La maison du pendu,em 27/12/2010:
"... Como texto de natal não há nada a ser escrito além do óbvio (alguém tem que dizer o óbvio) falemos dos presentes, das boas ações... Aliás, na semana que passou, fui se não outro personagem uma das menininhas de classe média que querem salvar o mundo. Andei distribuindo presentes que não eram meus para outrem. Eu poderia dizer que a felicidade de ver o sorriso em crianças pobres é gratificante. Poderia dizer que foi um momento de reflexão e de parar pra pensar em como tenho sorte por ter o que tenho, etc., etc.. No dia seguinte, estava almoçando numa churrascaria cuja carona foi dada por um sujeito que tem um Punto amarelo 1.8. Ouvíamos Madonna no percurso. (?) Mas voltemos às crianças pobres, (são mais interessantes que carros sport) pois elas estavam lá, recebendo presentes. Ficaram mesmo felizes. Isso é bom. Pra elas. A felicidade é tão somente dessas crianças. Entendem? Eu explico:
Meus amigos, tudo não passou de uma burocrata entrega. Digna de funcionário dos correios. Lá estão as crianças e cá estou eu, no trono da classe média católica. Não vai ser com bicicleta e Playstation que aquela criança vai ser salva. Não vai ser uma vez por ano que as desigualdades vão ser diminuídas. Ainda mais com presentes. Em suma, me senti o mais idiota dos Homens. Fui, entreguei e me mandei. Fui naquele dia a personificação da bondade capitalista. Agora vejam. Não há bondade no capitalismo. É tudo forma da manutenção do status quo.
O que fazer? Os idiotas católicos da objetividade poderão objetar: “Melhor do que nada.”"
Meus amigos, tudo não passou de uma burocrata entrega. Digna de funcionário dos correios. Lá estão as crianças e cá estou eu, no trono da classe média católica. Não vai ser com bicicleta e Playstation que aquela criança vai ser salva. Não vai ser uma vez por ano que as desigualdades vão ser diminuídas. Ainda mais com presentes. Em suma, me senti o mais idiota dos Homens. Fui, entreguei e me mandei. Fui naquele dia a personificação da bondade capitalista. Agora vejam. Não há bondade no capitalismo. É tudo forma da manutenção do status quo.
O que fazer? Os idiotas católicos da objetividade poderão objetar: “Melhor do que nada.”"
Incrível e genial. Há tempos não vejo o Eduardo, nem trocamos feliz natal por msg de telefone...
Ps:. publiquei o texto sem autorização do du!, então se ele sumir de repente vocês já sabem o que ocorreu. Completo aqui.
Beijo a todos.
eu gosto do du, um bocado!!!
ResponderExcluircada vez mais!
Grande Du!
ResponderExcluir