Este é o post que eu menos queria escrever. Queria falar sobre outras coisas, mas não pude evitar...
Ontem foi dia do professor. Nenhum abraço ou aperto de mão especial por esse dia. Ao contrário, no dia dos professores foi divulgada uma pesquisa que comprova: "magistério tem dificuldades para atrair jovens talentos para a carreira." Você poder ler na íntegra aqui ou aqui. Resumindo, me senti abaixo da linha do lixo. Isto porque não sou talentoso pra ser outra coisa, tipo médico ou engenheiro, e por falta de opção e de inteligência sobrou pra mim dar aula. Prefiro acreditar que sou burro por escolha, e não de nascença...
Como disse, não queria escrever sobre isso, nem sobre as eleições. Não votei na Dilma do primeiro turno (Plínio est roi). Não queria me posicionar aqui sobre o segundo turno, queria apenas chegar no dia 31, apertar 13 e pronto. Porém, com o clima eleitoral do jeito que tá, não deu pra evitar[2].
Quem não se lembra daquele videozinho ridículo da Regina Duarte falando que tinha medo se o Lula ganhasse a eleição em 2002 acabasse com a democracia e talz. Se você não se lembra, pode conferir aqui. Muito mais engraçado que zorra total.
Parodiando o vídeo, quero dizer que também tenho medo. Tenho medo de ver de novo o ARENA/UDN/PFL/DEM no poder de novo. Só gente boa, estilo Ronaldo Caiado, Eliseu Resende e a família Magalhães, na Bahia. Sim, um partido de idéias novas se constrói com pessoas jovens.
Tenho medo de ver o choque de gestão em nível federal. A péssima tecnocracia do governo de Minas aplicada nacionalmente.
Tenho medo da volta do desemprego, principalmente nas camadas mais pobres da população. Se você acha que pobre não tem emprego porque não procura, e que o melhor é deixá-los morrer de fome, vote 45.
Tenho medo da privatização da petrobrás, do pré-sal e, principalmente das escolas federais, tanto de ensino médio (cefet) quanto superior (ufmg). O que o ministro Haddad fez pela educação em sua administração, tanto em Minas quanto no Brasil é digno de prêmios internacionais. O mais bizarro é ver gente da minha sala, na graduação da Antropologia (curso criado pelo Reuni - Haddad/Lula) dizer que vai votar no Serra.
Tenho medo da volta da lógica sucateia-vende dos governos liberais. Não se investe nas instituições, depois diz que só dão prejuízo e resolvem vendê-las a preço de banana. Foi assim com a Vale, por exemplo. Certamente, o próximo alvo das privatizações serão as instituições federais de ensino, que serão vendidas com a desculpa de se investir o dinheiro na educação básica. E o pobre voltará a não ter acesso aos cursos superiores, seguindo exemplos de países ultra desenvolvidos como o Chile.
Tenho medo de o Estado ser administrado como empresa. O Estado não deve ser mínimo, como pregam os liberais, e sim investir em distribuição de renda e em proporcionar a todos condições para exercer sua cidadania de maneira plena.
Não era essa a escolha que eu queria fazer. Mas, comparando-se os oito anos de governo FHC com os oito do governo Lula, fica fácil decidir qual projeto é melhor para a maioria da população brasileira. Se você é um paulista, metido a besta e riquinho, está no seu direito de votar em Serra. Mas, se você é mineiro, não é dono de mineradora ou de um banco, e vota Serra, tenho medo de você também.
Em tempo, parabéns a todos os professores. Somos marginais, somos heróis!
Gostei do seu texto, também estou com medo. Não quero ver o Brasil terceirizado como o PSDB faz.
ResponderExcluirCheguei aqui pelo link na comunidade ame um historiador... Bem legal o blog...
ResponderExcluirConcordo, tbm não queria ter que entrar numa discussão falida como a questão eleitoral, mas o que está acontecendo??? As pessoas esqueceram de como era a 8 anos atrás? Sim, Lula podia ter sido melhor, podia ter feito mais, mas o Serra (PSDB, DEM, OLIGARQUIAS QUE SEMPRE EXPLORARAM O NOSSO PAÍS)? Que péssima alternativa!!!! O jeito é ficar com a opção que não é satisfatória (Dilma) pois o outro lado é o pior que se pode imaginar!!!
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ResponderExcluirO Serra tem um mérito! Despertou uma juventude de esquerda que achava ter morrido.
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