Há 8 anos
segunda-feira, 23 de novembro de 2009
Lo mismo un burro que un gran professor
_E você, não vai fazer a atividade não?
_Eu não!
_Por quê?
_Porque eu já passei em história.
_E então, porque você vem à aula?
_É porque tem matéria que eu ainda não passei.
terça-feira, 17 de novembro de 2009
Versos Íntimos
Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!
Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.
Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.
Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!
(Augusto dos Anjos)
quinta-feira, 12 de novembro de 2009
O caso UNIBAN, a hipocrisia e a mais nova celebridade brasileira...
A mais completa falta de noção! Só essa frase resume a minha opinião sobre o caso da UNIBAN, tão falado durante esses dias em toda mídia brasileira. Caso tão interessante, que era a mesma diversão ver os debates sobre ele envolvendo psicólogos e educadores, como ver as celebridades de Luciana Gimenez opinando...
Sabebos que existem pessoas desprovidas de todo bom senso em vários aspectos da vida. Entre eles está a maneira de se vestir...
A mina me vai com um vestido, dois palmos acima do joelho para a Escola. Me lembrou uma menina (muito lindinha, por sinal), que ia nas aulas do famoso Luiz Arnault, professor do departamento de História da UFMG, com uma micro saia, do mesmo tamanho do vestido de Geise. Essa menina se sentava de frente ao professor e ficava abrindo e fechando as pernas enquanto falava com ele... alguns colegas se posicionavam estrategicamente, nas primeiras fileiras para assistir ao espetáculo.
Enfim, a falta de noção ao se vestir e ao se comportar no ambiente escolar. Disseram que a mina subia as escadas. "levantando o vestido, para mostrar as partes íntimas" Sei lá, pelo que eu vivi na FAFICH (que saudade!), acho que meus amigos chamariam uns aos outros e ficariam olhando pra cima, procurando passarinhos numa hora dessas (acho a mina feia, mas não é qualquer dia que a gente vê uma coisa assim)...
Os alunos da UNIBAN, não me parecem gostar muito de mulher. Isso porque, se Geise fez tudo aquilo mesmo, era a oportunidade de verem uma coisinha diferente, e assim usar como inspiração aos impulsos íntimos dos onanistas, à noite.
Ao contrário, eles correram atrás da menina, cercando-lhe e atirando vários insultos. Hostilizar mulher com roupa curta...
Geise se transformou na maior celebridade brasileira da última semana. Manchetes com seu nome correram o mundo todo. Considero-a a maior vencedora deste conflito.
Conseguiu ficar famosa. Ela mesmo disse que gosta de ser observada e receber elogios, e por isso usa roupas que mostram o seu corpo. Li no super hoje que ela já tem proposta pra posar nua. Já ganhou até um artigo no Ego. Pouco zueira, né.
Outros ainda querem aparecer às custas do caso, como alguns estudantes da UNB.
É claro que expulsar Geisy foi a pior coisa que a faculdade podia fazer. Mas ela recebeu propostas de outras duas instituições para se transferir. Estas, não devem ser pior que a UNIBAN.
Acho também que com essa exposição, a mina conseguiu até levantar uma graninha. Um dos motivos pelo qual ela foi hostilizada, ao que me parece, é que ela está "abaixo do nível" social dos alunos da faculdade.
Enfim, a falta de noção de Geisy ao se vestir, acabou gerando uma cena digna de Afeganistão, ou de presídio sem visita íntima, no qual os estudantes fizeram papel de detentos que há muito não sentem aquele cheirinho... por isso se tornaram criminosos, ameaçando e insultando a mina.
São adultos(?), tem direito de se vestir como quiserem. E obrigação de respeitar os limites da lei, e, sobretudo, da dignidade humana.
ps:. para quem não vive neste mundo, taí o link da notícia.
quinta-feira, 5 de novembro de 2009
Sorín, Sorín
Carta de Sorín, originalmente postada no plus ou moins blog do juca:
"Há quatro meses conquistamos a Copa Sul Minas.
Há quatro meses fui embora do Cruzeiro
O texto abaixo escrevi para mim, porém, senti a necessidade de compartilhá-lo com vocês.
Simplesmente para que saibam a importância que tudo isso tem na minha vida.
Simplesmente para seguirmos juntos, apesar da distancia.
Hoje, estréio em meu novo time.
São muitas as expectativas e as vontades de sempre, mas esperando um dia retornar a minha segunda casa.
15:58 hs – Banderas en tu corazón (Bandeiras no teu coração).
Setenta e cinco mil caras esperando ver o Cruzeiro campeão.
Saímos rodeados de mascotes e crianças, que nos acompanham sempre com um sorriso.
Pegamos forte e corremos para o gramado.
Uma olhada rápida, mãos para o alto e as primeiras emoções.
Não é comum e é até anormal muitas camisas argentinas, celestes e brancas, no Brasil todas sentimentalmente distinguíveis.
Chegam as placas de homenagem.
Primeiro, do presidente.
Depois, da Máfia Azul e logo uma camisa inesquecível com o meia dúzia nas costas, assinada por todos os funcionários do clube.
A melhor homenagem, da cozinheira ao roupeiro, os encarregados da limpeza, até meus colegas, médicos, técnicos...
Vale ouro! Vale mais suor, ainda!
Sorteio a moeda da Fifa.
Deu branco e ganhei.
No segundo tempo, atacaremos junto ao grosso da nossa torcida.
Antes de começar toca o hino brasileiro.
Todos cantam e eu não. Procuro minha companheira e concentro-me em silêncio.
Observo a torcida e na arquibancada há uma bandeira argentina.
Que orgulho! Não posso acreditar. Onde estão meus amigos do bairro para contar-lhes? Jogam balões para os céus com meu rosto estampado numa bandeira vertical.
É minha despedida, a parte da final. Contenho as lágrimas, soa o apito.
16h20 - Sarando as feridas
Meu Deus! Um choque forte, toco a sobrancelha.
Sangue. Puta que pariu! De novo?
Quarto corte na cabeça em dois anos e meio.
Queria jogar e o juiz reserva "canarinho" disse-me que não!
Quase pede minha substituição e disse-me que há muito sangue.
Peço-lhe por favor. Hoje, não me deixes de fora, irmão!
Ele não entende bem, mas me permite entrar e lá vou eu como um "papai smurf".
Serão seis pontos no intervalo, 0 a 0, com uma bola na trave e um susto forte.
17h40 - Oh meu pai, eu sou Cruzeiro meu pai...
Tira a camisa! Tira a camisa!
Parece uma bola perdida, mas sei que o Ruy vai ganhá-la.
O "cabeção," meu amigo e parceiro de quarto, vai tocá-la por um lado e buscá-la pelo outro (fez uma gaúcha, berra o locutor).
Entra na área e só rola para trás.
Não sei o que faço aí, a não ser confiar nele.
Não sei o que faço senão ir além do sonho da despedida e não há tempo para pensar.
Com três dedos e meio esquisitos de prima, com a sempre canhota bendita e a rede se mexe, é o mundo que explode, vem o delírio, a festa...
Não pode ser real. As cabecinhas que pulam descontroladas, a camisa voando na mão e um grito eterno, inesquecível, uma dança especial.
17h55 - Ah, eu tô maluco!
Bicampeão!
Faltam segundos e não existe sensação comparável como a de ser campeão.
Nos olhamos cúmplices com o Cris e rimos da conquista depois do esforço.
Somos irmãos, somos um punhado azul de raça inquebrantável, enquanto o pessoal na arquibancada baila, grita, goza e por fim estoura com o final.
Escuta-se um estrondo inconfundível.
Um abraço, dois, um milhão, a correria perdida, louca, entre pulos, festejos com cada companheiro, Toninho, Valdir, Tita e Bolinha, todos malucos.
De repente um cara me leva nas costas e damos a volta olímpica.
Não quero que isso termine e penso se pudesse parar o tempo nesse instante, mas não posso.
E aí, vou dando-me conta que também é o final para mim, que estou indo embora do meu time, da minha cidade, da minha gente.
Então, vem a enorme emoção e comemoro como sempre, desenfreado, sem limites, como se fosse a última vez.
Comemoro e cumprimento cada canto do maravilhoso Mineirão.
Despeço-me e quero abraçar a todos.
Quero que dêem a volta conosco, quero dizer-lhes que eles não sabem como necessitamos de todos aqui dentro.
Vejo as faixas e ainda não acredito.
Vejo os rostos de alegria e até hoje nada sai da minha mente.
Depois de tudo, a surpresa com a presença de minha mãe exatamente no Dia das Mães e é impossível não chorar. Finalmente, recebo a Copa tão desejada.
É bonito ser capitão.
É grandioso ser capitão do Cruzeiro e ser campeão.
Levantamos a taça, desfrutamos e saímos a oferecer aos milhares que estavam por todas as partes até o cansaço.
Imagino Minas.
Imagino Belo Horizonte.
Tudo se acaba e não podia ser tão perfeito.
Será que sonhei?
Nem um sonho seria tão incrível.
Estou partindo e pensando se algum outro dia serei tão feliz!"
Juan Pablo Sorín
Eu estava no mineirão este dia e me lembro de cada detalhe descrito por Sorín nesta carta...
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