sexta-feira, 2 de outubro de 2009

"Dia 2/10, diário de um detento".


O massacre do Carandiru ocorreu em 2/10/1992, fazendo hoje, portanto 17 anos. Era véspera de eleição, no dia da tragédia o Estado divulgou 8 mortes de presos, o número oficial foi 111 e os ex-detentos sobreviventes afirmam que foram mais de 200. Enfim, não estou aqui pra dar minha opinião sobre quem eu acho que está certo em suas versões, mas sim usar a lembrança desta tragédia para falar sobre direitos humanos.
É claro que a população, em geral, gostou da atitude do Cel. Ubiratan. Tanto que o elegeu para cargos políticos, razão pela qual nunca chegou a ser preso, apesar da condenação de mais de 600 anos pelos 111 assassinatos. O mais incrível de tudo isso é que o Cel. Ubiratan usava o número 111 nas suas duas eleições. Só para relembrar um outro fato, fizeram uma pesquisa de opinião logo depois da chacina da Candelária, ocorrida menos de um ano depois, e a maioria da população achou que a polícia fez certo em matar aquelas crianças. Enfim...
Há pessoas que vão na onda de Afanásios Jazadjis da vida não param para pensar na desigualdade social que é a principal causa da violência no País. "Bandido bom é bandido morto" dizem alguns. E, quantos essas pessoas não matam por dia, "de fome, de raiva ou de sede"?

2 comentários:

  1. Questão complicada. O sucesso de filmes como o Tropa de Elite mostram exatamente um tipo de cultura política dominante no país, onde um tipo fascista de justiça tem espaço pra progredir dentro de uma total descrença instituicional além do entendimento do "ser brasileiro" como o trabalhador de classe média que deve ser protegido a qualquer custo ( a velha questão dos dois Brasis...). Enquanto isso um monte de gente morre. Se forem favelados, quem liga?

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  2. Acho que o filme "tropa de elite" acabou sendo apropriado de maneira diferente pelo público do que o autor queria fazer. Mas, ele correu o risco de ver as pessoas apoiarem as atitudes do seu Cap. Nascimento. Mas, o filme coloca umas questões interessantes, como o fato de um assassinato de gente rica causar comoção, enquanto todos os dias os pobres vem morrendo sem que ninguém dê a mínima.

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