sábado, 17 de abril de 2010

A triunfal volta



Depois de deixar este blog mais abandonado que filho de viciado em crack, volto eu a escrever aqui neste espaço. Acho que fiquei esse tempo todo sem escrever porque não estava dando aula, ou então porque trabalhei aqui perto de casa e a periferia que me inspira. Estou agora em Nova Contagem (voìla!), e pensando nos milhares de leitores deste blog achei que devia escrever algo sobre alguma coisa.
Muita coisa aconteceu, que eu até pensei em escrever aqui. O cruzeiro se classificou pra libertadores, conheci o rio, passei o final do ano com meu pai, passei novamente na UFMG, em quarto lugar na antropologia... enfim, a falta de ânimo reinou em meu ser durante este período.
Para premiar os leitores (...?) postarei desta feita um trecho do meu relatório de final de estágio do curso de história. Espero que valorizem, pois este material é inédito, e se um dia eu ficar famoso, vocês poderão dizer que já gostavam de mim antes da fortuna repentina.
Nau dos Desesperados
Os Professores

Os professores são realmente muito mal pagos. E, em grande parte, são também mal preparados ou qualificados. Dessa forma, e diante de tudo o que já foi falado aqui, não é de se surpreender que bons professores tem, como objetivo principal, sair da rede do Estado e ingressar num outro sistema onde ele será melhor valorizado como profissional e como pessoa. É grave a situação, como uma vez me relatou o professor João Paulo:
“O salário base do professor é R$ 730,00. Para se completar o piso de R$ 850,00, o Estado paga uma gratificação de R$ 120,00. Se você faz o mestrado, ganha um acréscimo de R$ 160,00 no salário. Dessa forma, seu salário atingiria R$ 1000,00. Porém, como seu salário, sem a gratificação, ultrapassa o piso estipulado, o Estado retira a bonificação de R$ 120,00. Assim, quem tem mestrado, ganha, na verdade, R$ 890,00, ao invés de R$ 850,00. O mestrado vale R$ 40,00, que demora quase um ano pra ser pago!”
Analisando este relato, não fica difícil saber os motivos que levam os professores mais qualificados a querer sair das escolas do Estado.
Fatos assim, aliados à falta de reconhecimento profissional por parte da comunidade escolar, e do próprio Estado, que é o “patrão” dos professores, acabam por desestimular os docentes, o que leva à uma acomodação dos professores que não enxergam perspectivas melhores exercendo suas profissões."

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